domingo, 25 de agosto de 2013

Animais do meu coração




 
 
Meus amiguinhos que amo tanto. Os gatinhos vivem comigo em Brasília e os Cachorrinhos moram com minha mãe querida em São Paulo. Gosto de animais... Uma diversão que relaxa depois de um dia estressante.
 

Viajar faz um bem...




Crônica

BOA TARDE, EM QUE POSSO LHE SER ÚTIL?

(Luciano Firmesa)
         
... começa mais uma semana, um dia, uma tarde, uma hora e sou um funcionário público. Penso e repenso. Cada momento está dentro de cada momento e causa um efeito de acarretamento, que desenha minha vida. Têm vários eus dentro de mim, posso sentir as camadas finas e coloridas. Sinto-me uma Matrioshka.

         - Boa tarde, Senhor!? Em que posso lhe ser útil? Sua identidade ou o nome da pessoa que deseja o documento?

         Frases que falo toda tarde em meu trabalho. Há situações na qual sou interpretado conforme o protocolo manda, mas têm situações que o cidadão não me entende, então paro, olho nos olhos e repito tudo e com mais lentidão.

         São estes momentos quando entro em contato direto com o outro, que ficam ecoando: “como eu poderia ter falado para melhor ser interpretado?”. Na verdade, como eu desejo ser atendido da melhor forma possível, também faço do meu ato de atender um meio humanizado de comunicação. Atendo bem e quero ser bem atendido. Sou mesmo uma Matrioshka tradicional. Paciência! Sou composto de camadas. Para me entender tem que decifrar cada uma das camadas tênues do meu ser.

         O sistema da comunicação e os diálogos não funcionam de forma regular e tem sempre alguém que romperá com o elo da teoria da polidez. Eu sou sempre assim? Rebuscado? Cortez? Ou sou o que sou com o objetivo de ter uma resposta igual? Tanta coisa se passa em minha mente em fração de segundo. Estou me revelando para você aos poucos e as camadas estão sendo retiradas. Sinto-me nu.

         Faço análise há três longos anos, aprendo que o outro não é extensão do meu ser. Não devo esperar nada dele....?

         Sou exigente e quero que o outro faça o mesmo movimento meu, que flui com tanta naturalidade... Será? Atualmente tenho me interrogado tanto, por quê? Questionar faz parte da humanidade e quem não se questiona acaba parado no tempo e em um ponto só dentro de si. Não consigo parar. Sou agitado. Sou complexo. Sou prolixo?

         Tudo bem. Faz parte da construção do meu eu não entender e questionar. Mas não abro mão de ser justo e cortez com o outro. E o sujeito passivo que mora em mim? Tem algo escondido no meu ato? Isso só cabe a mim... Não quero ser obscuro, mas o meu eu não é claro: sou um sujeito incompleto? Chega... Chega... Não quero mais pensar no meu fluxo de ideias.

         - Próximo, por favor!

         ... acabou o turno... Até amanhã... Boa noite.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Gabrielle S. Colette

Grabielle S. Colette foi uma romancista francesa que deixou sua marca na literatura com personagens fortes e com uma riqueza psicológica que encanta por meio de seu estilo de observação detalhista,  usando o sensorial que deixa o leitor mais interagido no processo da leitura. Ela estava além de sua época e vivia como uma mulher livre e cheia de sonhos. 

O livro “ A vagabunda”  representa bem a imagem de uma mulher inteligente e traída em seu sonhos de mulher. Contudo, mesmo com os obstáculos, a autora mostra uma personagem que sabe ser forte  em seu amplo desejo de ser livre: independência.

Algumas de suas obras eram meio que proibidas para as mocinhas nos momentos de leitura, pois os temas eram fortes para a época. Contudo, nada impediu da escritora seguir em frente com seu objetivo: escrever as inquietações da vida.




Foi divorciada (1906) tornou-se atriz do teatro de variedades, experiência que rendeu livros como La Vagabonde (1910) que em português ficou como A Vagabunda e L’Envers du music-hall (1913). Durante a primeira guerra mundial, tornou-se jornalista; depois se dedicou à literatura com paixão.

Com o decorrer dos anos, ela passou a dedicar-se  de temas que retratava as inquietações dos jovens do pós-guerra, sob o pseudônimo literário de Colette. Tornou-se uma escritora célebre com traços de uma mulher que via além de seu tempo.

Foi eleita (1945) para a Academia Goncourt e recebeu a legião de honra, e morreu em Paris. Em sua obra, ela retrata das dores e dos prazeres do amor e são notáveis  pela evocação sensorial de sons, sabores, cheiros, texturas e cores. Há toda uma lista de livros de sucesso que vale ser conferida pelos amantes da boa leitura.

Era uma grande mulher e escritora:  polêmica de fato. Hodiernamente seus livros são palco para discussões que causa admiração e controvérsias.

Engraçado e cômico a vida de um leitor. Peguei para ler Colette e acabei me encantando pela forma de escrever da escritora. 

Posso estar meio equivocado, mas vejo no estilo de Clarice Lispector escrever algo parecido com Gabrielle Colette. O que vc acha caríssimo(a)? 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Clarice Lispector e Brasília


Eu me peguei pensando em Clarice Lispector por vários momentos do dia. Fiz uma leitura de um texto dessa escritora cheia de charme poético que encanta o fundo de nosso ser ou desencanta alguns: Será algo que não entendemos?. Bem, tem uma parte que tem um significado muito interessante para o que penso de Brasília:
Brasília é construída na linha do horizonte. – Brasília é artificial. Tão artificial como devia ter sido o mundo quando foi criado. Quando o mundo foi criado, foi preciso criar um homem especialmente para aquele mundo. Nós somos todos deformados pela adaptação à liberdade de Deus. Não sabemos como seríamos se tivéssemos sido criados em primeiro lugar, e depois o mundo deformado às nossas necessidades. Brasília ainda não tem o homem de Brasília. – Se eu dissesse que Brasília é bonita, veriam imediatamente que gostei da cidade. Mas de digo que Brasília é a imagem de minha insônia, vêem nisso uma acusação; mas a minha insônia não é bonita nem feia – minha insônia sou eu, é vivida, é o meu espanto.
Parece uma repetição se eu escrever: O homem de Brasília ainda não tem ou em sua totalidade de formação, pois tal homem só pode existir se ou quando a própria Brasília se fechar em seu ciclo de construção: Quando?.
Eu entendo que Brasília não começou ainda e nem chegou próximo de sua metade de construção: Seu espírito de cidade. Brasília será só uma parte ou é o todo do quadrilatero de cruz?
Há defensores que vivem em uma luta por uma Brasília mais pura e liberta de seus vizinhos que por sinal fazem parte das artérias da mesma Brasília... Cortar uma artéria no corpo é sinal de sangrar até a morte. Brasília é um conjunto e não uma parte isolada que nem uma ilha. Posso estar errado ou me chamem de subversivo em quere uma cidade com riqueza de traços de humano e traços variados, viva, repleta de gritos e pessoas se tocando...Será a cara do Brasileiro esta Brasília que não se toca e nem gritos há?
 
Cidade nova e ainda em sua infância e tem muito que viver e muitos ainda irão viver e ver uma capital mais HUMANA um homem mais humano...Quando se fala em Brasília em outro canto do Brasil...os outros brasileiros param e imaginam um ELO perdido....risos...É sonho de muitos viver em Brasília e quando chegam podem amar ou odiar. É bem claro os dois pólos de paixão. Vai do amar ao odiar em uma linha reta tal qual a própria Brasília cheia de extremos. Brasília é um mosaico de tudo que há dentro do quadrilatero de cruz. Clarice disse que há sempre algo novo para inaugurar: Brasília não parou seu processo de formação. Será que teremos uma Brasília com cara do Brasil e com Homens com traços da cidade a curto ou a longo prazo?

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Vigotski : Pensamento e Linguagem

O objetivo deste blogger é deixar registrado minhas idéias sobre diversos assuntos relacionado com a minha relação com o mundo seja ele acadêmico ou não.

Já deixo um lampejo do desconforto que me causou VIGOTSKI em sua obra  PENSAMENTO E LINGUAGEM. Sim, acredite foi um choque ler e perceber que há muito mais em uma simples relação com o outro, o qual eu não tinha idéia. O mais questionador de tudo era que o meu Eu ao longo de três anos fazendo psicanalise vinha de encontro com essa idéia de negação do outro. Meu mundo girou de tal forma que não saia dos pontos mais profundo da minha consciência esse fato de que meu pensamento é reflexo de uma relação social. Eu ouvi Elizabeth Tunes, estudiosa de Vigotski, mencionar uma frase: A ARTE É O SOCIAL EM NÓS. Caramba, vem o social e a questão do coletivo mais uma vez fazendo parte da construção do pensamento e da linguagem. Perguntei a alguns Doutores da psicologia e linguagem esta questão do pensamento pessoal, e cheguei a uma conclusão de que não há um pensamento puramente pessoal. O que parece pessoal é simplesmente a resposta da inferência de outras idéias no meu discurso. Logo, somos um mosaico de idéias que estão se reformulando com o momento de nossas experiências no mundo cujo movimento não para. Sou um sujeito com varias referências e inferências que me faz ter uma imagem de sujeito social.